Hipertensão Arterial: prevenção, causas e tratamento

hipertensão arterial

 

Autor: Dr. Fabrício Borges - Cardiologista

 

A hipertensão arterial é uma doença crônica que ocorre quando a pressão do sangue contra as paredes das artérias apresenta um nível elevado, considerado anormal. Se não tratado e evitado, pode causar diversas complicações de saúde.   

Para se ter uma ideia, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), existem mais de 1 bilhão de hipertensos no mundo. Apesar de ser um fator de risco para infarto, acidente vascular cerebral (derrame) e doença renal, a hipertensão pode ser controlada.  

E ainda existem medidas eficazes para prevenir a doença, principalmente quando um novo estilo de vida com hábitos saudáveis e boa dieta alimentar são adotados. 

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O que é Hipertensão Arterial? 

A hipertensão arterial é uma doença em que a pressão que impulsiona o sangue dentro de nossos vasos sanguíneos está consistentemente elevada, ou seja, frequentemente acima de 140 por 90 mmHg.  

 

O que pode causar hipertensão arterial? 

A maioria das pessoas tem a hipertensão chamada primária, ou seja, não existe uma causa específica para elevação da pressão. Isso ocorre geralmente por uma série de fatores que são:  

  • Predisposição genética (casos de hipertensão na família); 
  • Envelhecimento (aumento progressivo da hipertensão com o aumento da idade); 
  • Sedentarismo; 
  • Obesidade; 
  • Consumo de álcool elevado; 
  • Alimentação com alta ingestão de sal. 

 

Hipertensão arterial é hereditária? 

A hipertensão arterial pode, sim, ser hereditária. Pessoas com pais ou irmãos, com histórico de hipertensão arterial, há uma maior probabilidade de desenvolver a doença. No entanto, outro fator que contribui para o desenvolvimento da hipertensão arterial é o estilo de vida pouco saudável.

 

Como prevenir a pressão alta? 

Atuando especialmente nos fatores de risco. Sendo assim, a melhor forma de prevenir a hipertensão é com hábitos de vida saudáveis que incluem: 

  • Atividade física regular: apesar de ser sempre importante conversar com seu cardiologista sobre a melhor atividade física para você e se há alguma restrição específica, a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de pelo menos 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa semanalmente com treinos de 30 a 60 minutos.   
  • Controle de peso: o aumento do peso tem uma relação linear com o aumento da pressão arterial, ou seja, quanto mais quilos ganhamos, maior a chance de a pressão subir. Dessa forma, manter um peso ideal com uma boa alimentação e atividade física regular são medidas preventivas fundamentais.   
  • Álcool: o consumo aumentado pode causar a elevação da pressão, principalmente quando outros fatores de risco estão presentes. Portanto, restringir seu consumo é importante.  
  • Dieta adequada: importante ressaltar que na alimentação a palavra mais importante é equilíbrio. Não há uma restrição específica, porém uma redução da adição de sal e um prato colorido e saudável com verduras e legumes, grãos integrais, é a melhor forma de se proteger. 

 

Quais os riscos da pressão alta? 

A pressão continuamente elevada pode causar danos progressivos aos “órgãos alvo”, que são principalmente os próprios vasos sanguíneos, rins, cérebro e o coração, além da retina. Dessa forma, aumenta de forma expressiva o risco de condições como: 

  • Acidente vascular cerebral (derrame); 
  • Infarto; 
  • Insuficiência cardíaca (coração dilatado e fraco); 
  • Lesão nos rins, que podem levar à perda da função e necessidade de diálise; 
  • Aparecimento de aneurismas nos vasos de várias partes do corpo; 
  • Alterações visuais e sangramentos causados pelos aneurismas. 

 

Como é o diagnóstico? 

O maior desafio do diagnóstico e do tratamento da hipertensão é que se trata de um inimigo oculto. Em outras palavras, na maior parte dos casos é uma condição completamente assintomática. Nesse sentido, só é possível firmar o diagnóstico fazendo aferições regulares.  

Além do diagnóstico clínico, para estabelecer melhor plano de tratamento, é importante realizar uma série de exames como eletrocardiograma em repouso e exames de sangue para avaliação da condição cardiovascular e a repercussão da hipertensão no organismo.

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Consigo acompanhar minha pressão arterial em casa? 

Sim. Existem alguns aparelhos automáticos que podem ser usados para aferições da pressão arterial em casa.  

No entanto, esses aparelhos possuem limitações e cuidados, como posição adequada e a não movimentação do braço para uma aferição precisa.  

Outro ponto é que devem ser periodicamente calibrados conforme recomendação de cada fabricante.  

Assim, lembre-se de seguir as orientações do seu médico em relação à frequência de medição e ao controle da pressão arterial. 

 

Como é o tratamento? 

Há dois tipos de tratamento: o não farmacológico, ou seja, com mudanças no estilo de vida e o medicamentoso. 

  • Não farmacológico: prática de atividade física regular, controlar o peso por meio de uma alimentação saudável, restringir o consumo de álcool elevado, entre outros. 
  • Medicamentoso: baseado nas características individuais de cada paciente, de suas comorbidades e resultados de exames, será escolhida a melhor opção para um tratamento mais direcionado.  

Após introdução do(s) medicamento(s), são feitas reavaliações para determinar se o controle já está adequado ou se novos ajustes se fazem necessários. Nesse período, muitas vezes, as aferições domiciliares podem ser de grande valia para determinar a necessidade ou não de correção de dose, ou introdução de novos medicamentos.  

Por fim, vale lembrar que o tratamento é contínuo e que nenhuma medicação deve ser suspensa sem a reavaliação do seu cardiologista. Em caso de dúvidas, converse sempre com o seu médico. 

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