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Autora: Dra. Luisa Frota Chebabo, infectologista da Dasa
Ao contrário do que muita gente imagina, HIV e Aids não são a mesma coisa. Uma pessoa pode ter HIV por anos sem apresentar sintomas ou sequer desenvolver a doença Aids.
Mas, uma vez infectada pelo HIV, ela irá conviver para sempre com o vírus. Ainda não temos uma vacina ou cura para ele, mas há várias formas de prevenção e tratamento para o problema. Siga a leitura e conheça as principais.
Aids: o que é?
Aids é a sigla para Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, que é a doença avançada causada pelo vírus HIV.
HIV: o que é?
HIV é a sigla para Vírus da Imunodeficiência Humana. É um vírus que infecta e destrói células de imunidade chamadas linfócitos CD4, levando a uma baixa imunidade.
Se não for instituído o tratamento, essa baixa imunidade piora ao longo do tempo, levando ao adoecimento do paciente e ao surgimento da AIDS, que ocorre quando a infecção por HIV está em estágio avançado.
Transmissão do HIV
O HIV é um vírus que é transmitido por via sexual, por contato com sangue ou por via materno fetal. No caso da transmissão materno fetal, ela pode ocorrer durante a gestação, na hora do parto ou durante o aleitamento.
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Prevenção de HIV
Atualmente existem várias estratégias e métodos para prevenção da infecção pelo HIV e o ideal é que elas sejam feitas de forma combinada para aumentar a eficácia.
Em relação à transmissão sexual, o método preventivo mais indicado é o uso de preservativos. Há também opções medicamentosas, como a PEP e a PrEP, porém, mesmo se a pessoa estiver em uso de uma delas, é recomendado sempre o uso de preservativo, pois ele protege tanto contra o HIV quanto contra outras infecções sexualmente transmissíveis.
Em relação à transmissão por via materno fetal, a realização de pré-natal é fundamental para que haja diagnóstico e tratamento precoce caso a mãe desconheça que seja infectada por HIV.
No caso de mães sabidamente infectadas por HIV, o acompanhamento regular no pré-natal e o uso contínuo das medicações antirretrovirais é fundamental para que não haja transmissão do vírus para o feto.
Além disso, é recomendado que mães com HIV não amamentem, e seus filhos devem realizar acompanhamento com um infectologista pediátrico logo após o nascimento para que recebam tratamento preventivo também.
O que são PEP e PrEP?
PREP é a profilaxia pré exposição, que é uma medicação que, quando tomada conforme orientação médica, reduz significativamente a chance de infecção pelo HIV.
PEP é a profilaxia pós exposição, que deve ser usada para reduzir a chance de infecção quando a pessoa teve uma exposição de risco ao HIV – como relação sexual sem preservativo.
Sintomas de Aids
Os sintomas mais comuns da Aids, doença causada pelo vírus HIV são:
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Emagrecimento
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Febre
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Diarreia prolongada
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Fadiga
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Candidose oral (“sapinho”)
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Infecções recorrentes
Como é feito o diagnóstico de HIV/ Aids
O diagnóstico é realizado por exame de sangue, podendo ser feita a sorologia tradicional ou o teste rápido. O primeiro é realizado em laboratório por coleta de sangue venoso; o segundo costuma ser realizado em unidades de saúde, por amostra de sangue retirada da ponta do dedo, com liberação do resultado em apenas 30 minutos.
Após o diagnóstico de infecção pelo HIV, para avaliar a quão avançada está a infecção, é necessária a realização dos exames de carga viral de HIV (quantidade de vírus circulante no sangue) e contagem de linfócitos CD4 (corresponde à imunidade). Dependendo da contagem de linfócitos CD4, poderemos classificar como Aids.
Tratamentos para a HIV/ Aids
Atualmente o esquema de tratamento de primeira linha é a associação de tenofovir, lamivudina e dolutegravir. São 2 comprimidos que devem ser tomados uma vez ao dia. Trata-se de uma medicação potente contra o HIV e com pouco potencial de efeitos colaterais.
A partir do início da medicação, é importante que o paciente faça uso contínuo regular e mantenha acompanhamento médico. Há também outras opções de medicação, caso o paciente apresente alguma contraindicação ao esquema preferencial.