Depressão não é frescura. Conheça as causas, sintomas e tratamento

Dr. Nikolas Keine

Depressão é uma doença psiquiátrica extremamente séria que afeta muitas pessoas no Brasil e no mundo.  

Pode desencadear sintomas leves, moderados e graves que afetam tanto o psicológico, quanto o físico.  

Felizmente, é uma condição tratável.  
 

O que é depressão? 

Para definir a depressão, precisamos dividi-la em duas: a depressão no linguajar leigo e a do ponto de vista técnico da psiquiatria. 

No linguajar leigo, esta muito conectado a tristeza e desanimo, o que muitas vezes nao e depressao. Os sintomas depressivos, como isolamento, perda de vontade, distanciamento social, falta de energia, tristeza e preocupação podem estar presentes em alguns momentos da vida sem que isso se relacione ao diagnostico de depressao, especialmente se forem transitorios e auto limitados. 

Já do ponto de vista técnico, a depressao é um quadro psiquiátrico marcado pela tristeza, falta de vontade, desânimo, alterações do sono e apetite, lentificação dos movimentos e velocidade de raciocínio, a ponto de a pessoa ter ou perceber um declínio da inteligência. Sensação de futuro sombrio e ruim e a falta de esperança, também é um sintoma comum. Nesses casos, mesmo que a pessoa se esforce para melhorar, não consegue. Isso pode trazer diversas consequencias para a vida do paciente acometido, como dificuldade em permanecer no trabalho e se relacionar, por exemplo.

Começo da depressão: quais os primeiros sinais? 

O início da depressão pode ser muito variado, dependendo da personalidade, temperamento, eventos que desencadeiam a doença, gênero e idade de cada pessoa.  

Os sinais frequentes mais comuns são: tristeza, falta de vontade, interesse e pensamento de ruína. 
 

Depressão ou tristeza: como diferenciar? 

Como dito anteriormente, depressão do ponto de vista técnico, é um transtorno mental no qual o paciente apresenta uma constelação de sintomas decorrentes de alterações fisiológicas no cérebro que gera muito sofrimento e disfuncionalidade em dimensões como trabalho, família, social, autocuidado e conjugal.  

Já a tristeza, é um sentimento que pode ocorrer por diversos motivos, em diversos momentos da vida e é auto limitado. Por outro lado, quando prolongado, pode ser um dos sintomas do quadro depressivo. 
 

Principais sintomas de depressão 

• Sentimento de tristeza; 

• Choro fácil; 

• Perda de interesse em coisas que antes gostava; 

• Distúrbios no sono; 

• Alterações no apetite; 

• Cuidados e asseio pessoais podem ficar comprometidos, como parar de tomar banho, não se maquiar e não se preocupar com vaidade; 

• Pensamentos de ruína, sem esperança de melhora; 

• Lentificação global. 
   

Depressão na gravidez é comum? O que fazer? 

Sim. Na gravidez a depressão pode acontecer, e o ambiente hormonal pode potencializar o quadro. Em virtude dos processos adaptativos, receios, expectativas nao atingidas a gestante pode se sintir desestruturada e desamparada, desencadeando sintomas depressivos.  

Isso é mais comum de ocorrer após a gravidez, chamamos esses episódios de blues gestacional, que muitas vezes não configura de fato uma depressão, podendo ser apenas um periodo marcado por tristeza, choro fácil, alteração do sono e apetite. Em alguns casos esse periodo pode ser mais longo e intenso, se tornando um quadro depressivo de fato.  

As causas vão ser desde o nascimento do filho, que naturalmente traz preocupaçoes, cansaço, insegurança, desestruturação da vida prévia e alterações hormonais.  

É importante que a familia esteja atenta ao nível de sofrimento da gestante_puerpera, observando se está trazendo limitaçoes no dia a dia, nas relações com a criança, conjugais, familiares e consigo própria. Se houver qualquer sinal de risco, a avaliação profissional é imprescindivel, a fim de estabelecer um tratamento adequado, que nem sempre exige medicação.  

É fundamental estar atentos a todos os momento do processo gestaçao puerperio,  desde o primeiro trimestre de gravidez até os 1000 dias do bebe. 
 

Depressão tem cura? 

Definitivamente sim. Estima-se que de 90 a 95% dos pacientes atinjam a cura. Para o diagnóstico, o paciente passa por uma avaliação psiquiátrica adequada, uma anamnese completa e exame psíquico abrangente. Após a confirmação, múltiplas ferramentas podem ser usadas, como o uso de remédio para depressão e psicoterapia. O tempo de uso, o tipo de medicaçao e as ferramentas terapeuticas sao individualizadas e sendo seguidas de forma adequada tem alta taxa de sucesso. 
 

Depressão e ansiedade: por que é frequente andarem juntas? 

Ambas as doenças possuem sintomas que frequentemente caminham juntos, mas isso não significa que são transtornos depressivos e ansiosos. Atualmente, estamos enfrentando um período de muitas exigências quanto a parte emocional do ser humano, fazendo as pessoas se sentirem sobrecarregadas, o que gera estresse. O estresse compreende algumas dimensões de sintomas que são de ansiedade, depressivos, psicossomáticos e impulsivos. 

Concluindo, é muito comum que os sintomas depressivos e de ansiedade caminhem juntos, principalmente por conta do estresse, mas da mesma forma que acima citado, podem configurar apenas um momento de vida e nao um quadro psiquiatrico.   
 

Tratamentos  

De uma maneira geral, pode ser usada medicação para remissão dos sintomas. Outras opções de terapia, são: 

• Psicoterapia 

• Tratamentos de atenção plena, conhecido como mindfulness, que auxilia nesse processo de recuperação; 

• Acupuntura; 

• Cuidados da qualidade de vida: preocupação de elementos que impactam na saúde mental; 

• Alimentação; 

• Controle de tóxicos; 

• Atividades físicas; 

• Relacionamentos emocionalmente positivos;  

• Controle de estresse no trabalho; 

• Cuidado com sono adequado. 
   

É possível tratar da depressão sem medicamentos? 

Sim! Como citado acima, há diversas opções para o tratamento da depressão. Lembramos que todas as solicitações devem ser feitas por um profissional especializado a área.