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Autora: Dra. Vanessa Prado - especialista em cirurgia do aparelho digestivo
Sensação de queimação, dor no peito, náusea e vômitos são alguns dos sintomas da esofagite, condição causada pela inflamação do esôfago.
Apesar de apresentar sintomas muito semelhantes ao refluxo gastroesofágico, a esofagite se difere por ser uma inflamação, enquanto o refluxo é caracterizado pelo mau funcionamento do esfíncter, uma válvula responsável por evitar o retorno do conteúdo do estômago para o esôfago
A partir de agora, saiba mais sobre a esofagite, suas causas, prevenção e tratamento.
Qual a função do esôfago?
O esôfago é uma espécie de tubo que desempenha uma função essencial no processo digestivo, sendo responsável por transportar o alimento de forma segura e eficiente da boca até o estômago, onde ocorre a digestão.
O que é esofagite?
A esofagite é uma condição que ocorre quando o esôfago fica inflamado devido a uma irritação da sua mucosa, camada protetora desse órgão.
Esofagite: quais são as causas?
As inflamações que podem causar a esofagite podem ter diversas origens, tais como:
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Má digestão do alimento: quando o alimento não é digerido adequadamente no estômago, pode gerar refluxo e regurgitação, causando agressão à mucosa do esôfago e, consequentemente, a esofagite.
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Aumento da produção de suco gástrico em estômago vazio: pessoas que mastigam muito chiclete ou estão sob estresse constante podem ter picos de adrenalina, levando a uma descarga excessiva de suco gástrico. Se o estômago estiver vazio, esse suco pode regurgitar e queimar a mucosa do esôfago.
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Mastigação rápida e inadequada: comer muito rápido e sem mastigar direito pode causar lesões no esôfago durante a passagem do alimento.
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Excesso de determinados alimentos: café, refrigerante e bebidas gaseificadas também podem contribuir para a esofagite.
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Tabagismo: o fumo enfraquece o músculo que fica na parte inferior do esôfago, responsável por evitar o retorno do conteúdo do estômago para o esôfago.
Como prevenir a esofagite?
Adotar hábitos saudáveis é fundamental para cuidar da sua saúde digestiva. Algumas práticas que podem fazer toda a diferença incluem:
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Mastigar bem os alimentos: auxilia na digestão e permite uma melhor absorção dos nutrientes.
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Evitar comer e se deitar em seguida: é recomendável fazer refeições com duas ou três horas de antecedência da hora de deitar-se. Assim, evitam-se problemas digestivos durante o sono.
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Cuidado com alimentos quentes: evitar ingerir alimentos e bebidas muito quentes, pois podem agredir a mucosa do sistema digestivo.
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Eliminar cigarro, refrigerante e café: o consumo excessivo dessas substâncias pode prejudicar a saúde do sistema digestivo e levar a problemas gastrointestinais, como refluxo e a própria esofagite.
Como diagnosticar a esofagite?
O diagnóstico da esofagite pode ser realizado de forma simples e precisa por meio de uma endoscopia. Esse procedimento permite visualizar a presença da esofagite e determinar o estágio da doença.
Com a endoscopia, é possível identificar a condição de forma detalhada e adotar o tratamento mais adequado para promover a recuperação da saúde do esôfago.
Formas de tratamento
O tratamento da esofagite consiste no uso de medicamentos específicos para combater a inflamação esofágica, além de focar na melhoria da digestão, o que também beneficia a gastrite, o processo digestivo e a mastigação.
Em alguns casos, especialmente em pacientes idosos com poucos dentes na boca, problemas no esôfago podem ser decorrentes de uma mastigação inadequada. Nesses casos, é recomendado buscar a orientação de um dentista e, juntamente com uma reeducação alimentar focada na mastigação correta, obter uma melhora significativa na saúde do esôfago.
Contudo, é importante buscar o acompanhamento de profissionais de saúde para um tratamento eficaz e personalizado.