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Autoras: Dra. Maria Isabel de Moraes Pinto | Médica infectologista
Dra. Adriana Campaner | Médica Ginecologista
Sim, o HPV tem cura.
Estar informado sobre sua transmissão, riscos e características, permite que a pessoa possa procurar auxílio médico periódico para realizações de exames preventivos, além de, caso ocorra a infecção, iniciar o tratamento o mais rápido possível, reduzindo as chances de complicações graves futuras.
O que é HPV?
Papilomavírus Humano (HPV) é uma infecção viral altamente transmissível que pode acometer homens e mulheres.
Existem diversos tipos de HPV; alguns deles causam verrugas genitais, já outros podem causar diferentes tipos de câncer, como o de colo de útero, ânus, pênis, vagina, vulva e boca e garganta (orofaringe).
Veja mais: tudo sobre HPV.
Sintomas de HPV
Na maioria dos pacientes, a infecção pelo HPV não causa sintomas. O vírus pode se manter latente no organismo humano por meses ou anos sem manifestar lesões ou outros sinais.
Já em alguns casos, apresenta lesões clínicas e subclínicas:
- Lesões clínicas: verrugas localizadas na região genital ou do ânus. As características são variáveis, podendo ser de diferentes tamanhos, únicas, múltiplas, achatadas ou elevadas. Esses casos, geralmente, são causados por tipos de HPV não cancerígenos.
- Lesões subclínicas: são lesões que não podem ser vistas a olho nu que surgem no mesmo lugar das lesões clínicas. Estas podem ser causadas por tipos de HPV de baixo e também de alto risco para o desenvolvimento do câncer.
Como acontece a transmissão do HPV?
A transmissão pode ocorrer através do contato sexual (oral-genital, genital-genital e manual-genital) ou pelo simples contato direto com a pele ou mucosa infectada pelo vírus.
Mulheres que utilizam preservativos regularmente e têm parceiros circuncidados, apresentam menos chances de contrair a infecção. Entretanto, essas medidas não são suficientes para evitar a infecção pelo HPV.
Como é feito o diagnóstico de HPV?
Existem alguns métodos para diagnosticar a infecção. Quando há verrugas genitais, a infecção é diagnosticada clinicamente (a olho nú) por meio de exame urológico (pênis), ginecológico (vulva) e dermatológico (pele).
Quando há lesões subclínicas, o exame preventivo de Papanicolau pode diagnosticar as alterações desencadeadas pelo vírus, indicando a seguir o exame de vulvoscopia e/ou colposcopia (visualização dos genitais com o colposcópico – tipo de binóculo).
Depois disso, o diagnóstico confirmatório é realizado através de exames laboratoriais de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), que vão identificar qual o HPV está presente no material analisado e também da biópsia, onde se retira um fragmento da lesão suspeita.
HPV tem cura?
Grande parte das pessoas acometidas, principalmente as mais jovens, se recuperam porque o sistema imunológico é capaz de eliminar o vírus depois de um determinado tempo, geralmente em cerca de dois anos.
Por outro lado, em determinados casos, as infecções persistem e causam lesões que, se não tratadas, podem ocasionar o câncer.
Qual é o tratamento para HPV?
O tratamento apenas é direcionado para as lesões causadas pelo vírus. Não há como destruir o HPV com medicamentos. O sistema imune que vai conseguir eliminá-lo.
O tratamento do HPV é feito de forma individualizada de acordo com cada caso específico, baseado no tipo de lesão que a mulher desenvolve. Em relação às verrugas, os principais medicamentos tópicos utilizados são: Podofilo toxina; podofilina; Ácido tricloroacético; Imiquimode, bem como pode-se utilizar a cauterização.
Mas, lembre-se, a automedicação nunca deve ser feita e a orientação médica é essencial.
Caso surjam lesões pré-cancerosas, pode ser necessário removê-las por meio de aplicação de uma solução especial, remoção por congelamento, cauterização, laser ou até mesmo a retirada da lesão. O método é escolhido dependendo do tamanho e localização das lesões.
Quem já teve HPV pode tomar a vacina?
Sim. Recentemente foi lançada uma nova vacina contra o HPV que previne infecções persistentes e lesões pré-cancerosas causadas pelos tipos de HPV 6,11,16,18, 31, 33, 45, 52 e 58 (vacina nonavalente). Mesmo que você já tenha sido infectado pelo HPV anteriormente, se imunizar é importante para prevenir os outros tipos que podem causar complicações.
O imunizante está indicado para todas as pessoas a partir dos 9 anos de idade até os 45 anos e está disponível em todos os laboratórios Exame.
Para agendar sua vacinação, acesse a plataforma do Nav Dasa e selecione o melhor dia, horário e unidade para você.