Autora: Dra. Larissa Bittencourt - mastologista
O câncer de mama é a principal causa de morte por câncer entre as mulheres brasileiras. A detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de cura e o ultrassom da mama pode auxiliar nesse processo. Mas atenção: ele é um exame complementar à mamografia e não a substitui.
Ultrassom da Mama: o que é?
O ultrassom da mama é um exame de imagem não invasivo e indolor que utiliza ondas sonoras de alta frequência para detectar alterações mamárias e identificar nódulos, cistos, espessamento do tecido mamário, entre outras condições.
Ultrassom da Mama X Mamografia: quais as diferenças?
Tanto o ultrassom quanto a mamografia são exames que ajudam no diagnóstico de doenças da mama. Mas há diferenças consideráveis entre eles.
A mamografia é o exame mais importante no rastreio e na detecção precoce do câncer, com impacto na redução da mortalidade pelo câncer de mama. Ela é capaz de identificar calcificações e microcalcificações, lesões, nódulos e assimetrias.
Em relação ao método utilizado, a mamografia é feita por meio de raios X e da compressão mamária em um aparelho chamado mamógrafo. Essa radiação possibilita a formação de imagens que são impressas em películas.
Já a ultrassonografia tem como base as ondas sonoras, que passam pelos tecidos, criando imagens observadas pelo operador do aparelho. Se, por um lado, o exame capta bem nódulos e alterações benignas (como cistos), ele não tem um desempenho tão bom no reconhecimento de calcificações, especialmente de tumores bem iniciais.
Em casos de mamas densas, ou seja, com muito mais glândula que gordura, a mamografia tem redução na sensibilidade, tornando-se mais difícil detectar lesões e nódulos. Nessas situações o ultrassom é fundamental. Por isso, dizemos que ultrassom e mamografia são exames complementares.
Quando o ultrassom da mama é indicado?
O ultrassom de mamas costuma ser indicado nos seguintes casos:
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Mulheres que notem alguma alteração palpável nas mamas;
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Mulheres com alterações visualizadas na mamografia;
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Mulheres com histórico familiar de câncer de mama;
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Pacientes que não podem realizar exames com radiação ionizante, como gestantes.
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Divergência entre achados de exame físico e de mamografia;
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Avaliação pré-cirúrgica;
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Guiar procedimentos como punções e biopsias por agulha grossa.
O que o ultrassom da mama pode detectar?
O ultrassom de mamas é capaz de:
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Diferenciar os cistos (líquido) de nódulos sólidos;
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Detectar lesões da mama (palpáveis ou não);
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Verificar o estado de próteses mamárias;
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Guiar procedimentos de punção e biópsia;
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Avaliar a estrutura glandular e possíveis distúrbios e infecções.
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Avaliar alterações em linfonodos (ínguas) dentro das mamas e nas axilas.
Como é o preparo para o exame?
Não há um preparo específico, nem eventuais contraindicações para a realização do exame.
Mas é de suma importância levar exames anteriores para a realização do novo ultrassom.
Isso permite comparar o exame atual com os anteriores para detectar mudanças ou anormalidades, fornece um contexto valioso que pode ajudar o médico a entender melhor a saúde mamária da paciente, principalmente se ela já realizou cirurgias e biópsias. A comparação entre exames antigos e novos pode aumentar a precisão do diagnóstico.
É recomendável, quando possível, evitar realizar o ultrassom durante o período menstrual, especialmente no caso de mulheres que sintam sensibilidade nos seios. Isso poderá causar um leve incômodo durante o exame, mas não impede que seja realizado.
Como o ultrassom da mama é feito?
Primeiro, o paciente se deita em uma maca e coloca o braço atrás da cabeça. Então, o profissional que conduz o exame desliza um aparelho com gel lubrificante nos seios e axilas.
É esse aparelho, chamado de transdutor, que conduz as ondas sonoras de alta frequência para captar imagens de toda a estrutura dos seios. E essas imagens são acompanhadas por meio de um monitor.
O exame pode ser realizado em laboratório, clínica ou consultório médico.
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